A disciplina extensionista Marketing e Publicidade Social, ministrada pela professora Elaine Vidal, propõe, neste semestre, o fortalecimento das trajetórias de pessoas negras e indígenas para a construção de uma sociedade que assegure o acesso democrático por estratégias de marketing e publicidade. Desta vez, o protagonista da atividade de extensão é o Instituto GUETTO, cuja atuação encoraja boas práticas em superar a desigualdade racial e criar um Brasil mais humano e democrático. Para discutir o tema, foi realizada a palestra “Futuros Possíveis: Comunicação Estratégica e Ativismo para Construir Futuros Equitativos”, no dia 7 de abril.

Palestra do Instituto GUETTO. Crédito: Alessandra Cruz

Aime Araujo (esquerda), Vítor Del Rey e Flora Fernandes na palestra do Instituto GUETTO. Crédito: Alessandra Cruz

A campanha de comunicação que acompanha a ação extensionista do ciclo 2025.1 busca gerar visibilidade e reconhecimento para o projeto Cenários Futuros para a População Negra no Brasil. A ideia é aumentar a conscientização sobre a importância de pensar coletivamente o futuro da população negra no Brasil e mobilizar atores-chave para apoiar, disseminar e aplicar os cenários construídos. Consolidar o GUETTO como uma referência nacional no debate sobre equidade social, planejamento estratégico e justiça social também é um dos objetivos.

A coordenadora de comunicação da instituição, Flora Fernandes, trouxe o olhar da área para o debate na sala K-102. A forma de se comportar na mídia produz muitos caminhos. Segundo ela, as práticas da organização podem incentivar os alunos a conhecerem um novo estilo na profissão.

– As ciências sociais ajudam a ampliar o olhar de vocês. A comunicação que a gente faz no Instituto Guetto é diferente do que vocês estão acostumados, porque a gente é do terceiro setor – afirmou Flora.

Durante o bate-papo, o presidente do Instituto GUETTO, Vítor Del Rey, recomendou aos alunos que busquem um alargamento das próprias realidades e citou a filósofa Hannah Arendt como um estímulo para a formação de mais referências. Ele induziu a produção de ideias que abracem a diversidade e ampliem o universo de composição criativa.

Vítor também destacou que reconhecer e enfrentar o racismo estrutural é um ato de humanidade que pode começar dentro de sala de aula. O projeto abordado na turma será composto pela produção de materiais e relatórios.

– A gente não está tentando adivinhar o que vai acontecer em 2050. É um exercício de traçar cenários. Chamamos o negativo de cenários que desejamos evitar, e os positivos são cenários que gostaríamos de viver; o que não significa ser um bom cenário, mas um possível. Geralmente, o cenário desejado é muito parecido com a realidade – disse o presidente do Instituto GUETTO.

Elaine Vidal enfatizou a função da classe na manutenção da imagem do GUETTO. A professora se animou com a perspectiva de ajudar o projeto a crescer cada vez mais e disse que o papel da Universidade é deixar estes cenários futuros cada vez mais acessíveis.

O Instituto GUETTO, criado em 2019, fez dois workshops para mostrar como o ativismo e a comunicação estratégica podem influenciar políticas públicas. Na edição mais recente, o encontro reuniu 50 lideranças negras, brancas e indígenas de diferentes áreas, setores e regiões do Brasil para dialogar e criar possíveis futuros para a população negra no país. Eles também trabalharam no desenvolvimento de caminhos e estratégias para construir o amanhã desejado.