Ensino, pesquisa e extensão se cruzaram em uma iniciativa que aproximou estudantes do ensino médio do Colégio Estadual André Maurois, na Gávea, do Departamento de Comunicação. Ao longo do semestre, eles participaram de oficinas de produção audiovisual com tecnologias acessíveis conduzidas por alunos da disciplina Laboratório em Inovação e Projeto de Vida, ministrada pela professora Alessandra Cruz, e pelo grupo de pesquisa Narrativas e Consumo, coordenado pela professora e pesquisadora Bruna Aucar (PPGCOM/PUC-Rio). No dia 25 de junho, os alunos do ensino médio visitaram o DCOM para a exibição dos três curta-metragens produzidos por eles e conheceram os estúdios de áudio e TV. 

Financiada pela FAPERJ, a atividade extensionista faz parte do programa Jovem Cientista do Nosso Estado e busca estimular a criatividade, o pensamento crítico e a literacia audiovisual de alunos do ensino médio. Sob orientação da professora Alessandra, a equipe que realizou as oficinas foi formada por Fernanda Junqueira, João Gabriel Boltshauser, Juneidson Eduardo Herculano e Rafael Rondinelli, da graduação em Estudos de Mídia, e pelo mestrando Carlos Eduardo Paschoal, integrante do grupo Narrativas e Consumo.

O Laboratório em Inovação e Projeto de Vida é uma disciplina obrigatória do curso Estudos de Mídia e a colaboração entre a disciplina e o grupo Narrativas e Consumo teve início no primeiro semestre de 2024. Estudantes da ênfase Cinema e Audiovisual atuaram com o grupo de pesquisa que já oferecia oficinas de vídeo com equipamentos acessíveis para escolas da rede pública de ensino. Para a professora Bruna Aucar, que também é Coordenadora de Graduação, atividades como esta são uma aplicação prática das pesquisas realizadas no DCOM.  

– As oficinas são uma forma de devolver para a sociedade um pouquinho do que a gente pesquisa e investiga aqui no Departamento. A universidade funciona como um polo do conhecimento que irradia e quer se estender para públicos mais amplos, principalmente para a comunidade do nosso entorno. Foi muito prazeroso receber eles aqui. Ao longo das oficinas, a gente estimula a criação de produtos criativos com uso de dispositivos móveis.

Na visita ao DCOM, a professora Jaqueline Oliveira, que acompanhou a realização do trabalho de extensão no Colégio Estadual André Maurois, contou que as oficinas foram um estímulo para que estudantes da primeira turma, em 2024, enxergassem a universidade como um caminho possível. Três jovens daquele grupo fizeram o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e ingressaram na PUC-Rio com bolsas integrais. A professora Alessandra Cruz destacou que a experiência também foi rica para os alunos de EMI, que puderam, por meio da prática, vislumbrar uma outra possibilidade de atuação no audiovisual: o ensino. 

– Não é uma oficina para formar cineastas, mas é para mostrar o audiovisual como linguagem. A Universidade tem esse tripé: ensino, pesquisa e extensão. A ideia da extensão, de sair dos muros da universidade para ir à escola e desenvolver este trabalho, permitiu também que os alunos da graduação ensinassem enquanto aprendiam a pensar em metodologias de ensino e em soluções criativas para adaptar o audiovisual a uma realidade diferente.