O registro despretensioso de um casamento pode revelar detalhes de um momento histórico. Ao mergulhar em imagens de acervos particulares produzidos no período de 1964 a 1985, as pesquisadoras Patricia Machado (PPGCOM PUC-Rio) e Thais Blank (Programa de Pós-graduação em História, Política e Bens Culturais da FGV) descobriram um registro da libertação da militante Inês Etienne Romeu filmado pela atriz e cineasta Norma Bengell. As duas foram perseguidas durante a ditadura militar e Inês foi a única sobrevivente do centro de tortura conhecido como Casa da Morte, em Petrópolis.

A pesquisa “Norma e Inês: caminhos cruzados em imagens, arquivo e militância” se apoiou em acervos de imagens e documentos pessoais (cartas, anotações, fotografias, recortes de jornais) da atriz e da ativista para buscar registros amadores que denunciassem abusos cometidos por agentes de Estado durante o período repressivo. Essa investigação mostrou como redes de solidariedade compostas por mulheres foram parte essencial da produção, organização e preservação de imagens históricas do passado recente do Brasil.

O trabalho das professoras Patrícia Machado e Thais Blank foi destaque na seção Acadêmico do jornal digital Nexo, que está disponível neste link.