Estudo das relações entre produções midiáticas e atividades socioculturais, privilegiando as interações e sistemas de poder implicados nos processos de construção das narrativas de comunicação. Os usos das tecnologias de comunicação, as negociações políticas, as mídias sociais e as disputas pelo controle da produção midiática.

Veja os projetos desta linha de pesquisa:

Comunicação política comparada: mídias digitais e democracia na América Latina
Docente: Arthur Ituassu

Descrição: Este é um projeto de Comunicação Política Comparada que analisa as consequências das mídias digitais para as democracias na América Latina. Trata-se de uma pesquisa colaborativa de cunho qualitativo e interpretativo que pergunta, de forma mais geral, como a internet afeta o desenvolvimento democrático na região. A investigação procura analisar percepções e representações em torno do tema proposto, privilegiando o estudo de caso, como estratégia de pesquisa, e metodologias como as entrevistas semiestruturadas e a análise qualitativa de conteúdo. A partir dessa concepção mais ampla, são desenvolvidas três questões específicas: 1) como as mídias digitais afetam os processos eleitorais na América Latina?; 2) que significados temas políticos como democracia, transparência e populismo ganham nas mídias digitais?; e 3) como levar em conta as especificidades da região nos modelos de análise de Comunicação Política Comparada?

Estudos de plataformas e integridade da informação: moderação, monetização e memória
Docente: Marcelo Alves

Descrição: Essa agenda de pesquisa investiga o problema da desinformação e da integridade da informação por meio da abordagem teórica multidisciplinar dos estudos de plataforma. Nesse sentido, procura compreender criticamente a relação entre a expansão da lógica das plataformas digitais para a web e suas implicações políticas, culturais, econômicas e tecnológicas para os estudos de desinformação. O aprofundamento das análises leva em consideração os seguintes temas de pesquisa: a) a governança das plataformas e suas políticas de moderação de conteúdo, relacionadas, sobretudo, à integridade democrático-eleitoral; b) a economia da atenção e as estratégias de monetização das indústrias da desinformação; e c) as disputas pela memória do oito de janeiro de 2023 e os discursos revisionistas e negacionistas elaborados para ressignificar as ações antidemocráticas e de violência política. Essa agenda de pesquisa explora perspectivas metodológicas combinadas da escola de métodos digitais e das ciências sociais computacionais.

Jornalismo, Mídias Digitais e Economia Política da Comunicação
Docente: Patrícia Maurício

Descrição: A pesquisa analisa a disrupção do modelo de negócios das mídias tradicionais pela internet. A publicidade está se transferindo cada vez mais para a internet, onde a concorrência pela verba dos anunciantes é muito maior, fazendo com que o financiamento do jornalismo online pela publicidade se torne um enorme desafio. Estas mudanças no jornalismo estão dentro de um contexto maior de transformações trazidas pelas novas tecnologias da informação. Isso tem levado a mudanças no modo de produção, distribuição e consumo do jornalismo, e também a disputas judiciais entre a grande imprensa, tanto do Brasil quanto do mundo, contra empresas de tecnologia que ganham dinheiro sobre conteúdo produzido por ela. As novas experiências de jornalismo e o fluxo de notícias (reais ou falsas) nas redes também são estudados.

Produção e criação das narrativas ficcionais: dos folhetins às series audiovisuais no streaming
Docente: Tatiana Siciliano

Descrição: O projeto se insere na agenda de pesquisa sobre “culturas das mídias” e busca refletir sobre as matrizes estéticas, convenções narrativas e lógicas de produção das obras que circulam nas mídias, desde os folhetins do século XIX às séries ficcionais contemporâneas exibidas nas múltiplas telas, plataformas e ambientes midiáticos (televisão linear, streaming). Propõe-se tanto uma reflexão a partir da perspectiva sócio-histórica – ao buscar as transformações desses meios, que plasmam novos modos de fazer, modelos de negócio, estruturas de organização do trabalho, apropriações por parte da recepção e diversas formas de consumo espectatoriais – como uma investigação sobre o formato narrativo, o processo criativo e a construção da autoria de tais produções.

Narrativas ficcionais na era da convergência de mídias: continuidades e desvios do paradigma estético modernista
Docente: Vera Figueiredo

Descrição: Literatura e cinema vêm atravessando grandes transformações em função não só das tecnologias digitais, mas também pela vasta expansão da cultura midiática de mercado, que, diluindo as fronteiras entre alta e baixa cultura, põe em xeque os paradigmas estéticos da modernidade. Considerando esse contexto, o projeto concentra-se na análise do fenômeno de deslizamento das narrativas ficcionais por suportes e meios diversos, isto é, no processo contínuo de reciclagem das intrigas para circulação por diferentes plataformas. Trata-se de pensar as alterações na hierarquia cultural provocadas pela intensificação, na era eletrônica, desse movimento de intercâmbio, tanto no que diz respeito à literatura, cujo prestígio esteve sempre estreitamente relacionado à aura do suporte livro, quanto no que se refere ao cinema, em decorrência da multiplicação de narrativas transmidiáticas, cujo conteúdo se desdobra em filmes veiculados nas salas de cinema, em videojogos, histórias em quadrinhos e seriados televisivos.

Estudo das representações sociais tais como se configuram nas linguagens, narrativas e produtos da comunicação e da cultura midiática, enquanto formas de materialização do imaginário contemporâneo. A dimensão simbólica do mercado, como arena de negociação de representações, identidades e relações de poder.

Veja os projetos desta linha de pesquisa:

Narrativas audiovisuais e consumo: representações, tecnologia e modelos de negócios
Docente: Bruna Aucar

Descrição: Este projeto propõe variadas reflexões sobre continuidades e rupturas das televisualidades e do estatuto da experiência do espectador em estruturas forjadas por um ecossistema midiático caracterizado pela hegemonia de redes telemáticas. Tem como ênfase, a análise de narrativas audiovisuais produzidas e distribuídas em interfaces digitais, mais especificamente através das plataformas de streaming. Parte do pressuposto de que as mensagens televisuais participam dos processos de construção de sentido, elaboração de subjetividades e materialização do imaginário contemporâneo, assim como atuam diretamente nas escolhas e práticas de consumo interceptadas por contextos multitelas e multimídias. Nesse sentido, o projeto procura investigar a ubiquidade do visível na contemporaneidade, ponderando a televisão como tela e como mídia presente em diversos meios e linguagens, bem como o papel do espectador nessa dinâmica comunicativa, que aciona, inclusive, comportamentos e nomenclaturas particulares em sua relação com o universo digital.

Culturas midiáticas, memória e histórias de vida: estudos sobre representações e produções simbólicas das juventudes
Docente: Claudia Pereira

Descrição: Este projeto de pesquisa explora os processos culturais e simbólicos decorrentes das relações que se estabelecem entre, de um lado, os jovens e, de outro, os ambientes midiáticos e de transformação social. Cabem no escopo de nossos interesses de investigação as questões voltadas para memória, representações, produções midiáticas, práticas de lazer, formações culturais e diversos modos de participação política não-convencional das juventudes na sociedade. Parte-se do pressuposto de que os jovens, para além de serem mera representação, ocupam o lugar de atores sociais e que devem ser observados como tal, por meio de suas trajetórias de vida e de suas produções culturais, na contemporaneidade e em tempos passados.

Comunicação, Publicidade e Consumo: representações e práticas no tempo presente e na história cultural
Docente: Everardo Rocha

Descrição: O presente projeto trata da investigação da narrativa publicitária e do consumo e das formas pelas quais esses fenômenos elaboram representações e legitimam práticas sociais que se transformam em algo central em nossa cultura. Entendo o consumo como um recurso ideológico, intelectual e emocional. Um instrumento da cultura para conceber e operacionalizar modos de classificação, identificação, diferenciação e distinção social. O consumo é tanto sistema de comunicação quanto prática instauradora de diferenças. A publicidade é a narrativa que dá sustentação ao consumo como processo de comunicação, dispositivo de poder e sistema cultural. As imagens, valores e representações expressas nos anúncios são as formas pelas quais se traduzem publicamente e traduziram ao longo de sua história cultural as experiências e práticas de consumo dos atores sociais. O projeto visa, portanto, inventariar, classificar e analisar conteúdos e formas dos anúncios publicitários que, através de sua veiculação em larga escala e múltiplos meios, ocupam nosso imaginário assim como sustentam práticas de consumo da modernidade ao tempo presente. É, sobretudo, através do dispositivo publicitário, como instância produtora de sentido, que os bens de consumo ganham suas identidades e, com elas, uma existência concreta em nossas vidas. Dessa forma, o projeto Comunicação, Publicidade e Consumo: representações e práticas no tempo presente e na história cultural trata da investigação sistemática das estratégias, artifícios e competências da narrativa publicitária no processo de elaboração de conteúdos e construção permanente de um sistema de valores através do qual representações e práticas de consumo circulam e são experimentadas. O consumo é um fenômeno que transforma produtos e serviços em um sistema cultural através do qual podem ser elaborados aspectos da subjetividade, traduzidas relações sociais e supridas diversas necessidades simbólicas, tornando-se um dos modos centrais de interpretação do mundo que nos cerca. O consumo é um código capaz de atribuir sentido à sentimentos e relações sociais inserindo-as em um sistema que permeia a relação entre coisas e pessoas, bens de consumo e identidades, indivíduos e grupos. Esse código é sempre inclusivo tanto de novos produtos e serviços que se articulam aos demais quanto de novas identidades e relações sociais. Assim, uns e outros, acabam por ter seus significados negociados e definidos, em larga medida, a partir dessa inclusão no próprio sistema de consumo. Os bens de consumo expressam dilemas, admitem o trânsito entre identidades singulares e relações sociais, entre semelhanças e diferenças, entre distância e proximidade. O consumo permite classificar os objetos e os seres humanos. É um modo básico de orientação social, uma bússola que, independente de nossa vontade, é necessário para viver a experiência da cultura moderno-contemporânea. Portanto, estes estudos tanto derivam quanto expressam a permanência de um processo de investigação e pesquisa das relações entre a comunicação, a narrativa publicitária, o consumo e seus efeitos na cultura.