Mesmo sem enfrentar uma crise econômica, o governo do presidente Lula registrou queda na aprovação, de acordo com pesquisas recentes da Quaest e do Datafolha. O diretor do Departamento de Comunicação, professor Arthur Ituassu (PPGCOM/PUC-Rio), analisou o cenário político contemporâneo no artigo “Como a mídia digital está (também) redefinindo a aprovação de Lula”, publicado hoje no jornal “Correio Braziliense”.
Ele aponta como as mídias sociais e as plataformas digitais potencializam críticas e crises políticas. Para ele, as novas mídias permitem que a “insatisfação flua de maneira mais autônoma, descentralizada e contínua”, o que ajuda a entender por que a aprovação de governantes tem despencado na América Latina. Ele cita como exemplos o Chile, o Equador e a Colômbia, onde presidentes enfrentaram protestos e queda de popularidade logo no início dos mandatos. O fenômeno também é detectado nos Estados Unidos, quando na história recente, Donald Trump e Joe Biden não conseguiram se reeleger.
Segundo o pesquisador, a crescente insatisfação não implica necessariamente um risco à democracia, mas ele ressalta que a política precisará encontrar novas formas de responder às demandas da sociedade.