Durante a ditadura militar, a atriz Norma Bengell produziu inúmeras filmagens em Super-8, entre elas a da libertação da ativista Inês Etienne Romeu, única sobrevivente da Casa da Morte, um centro clandestino de tortura e assassinato de presos políticos. As professoras e pesquisadoras Patricia Machado (PPGCOM PUC-Rio) e Thaís Blank (FGV CPDOC) mergulharam nesse acervo, que está abrigado na Cinemateca Brasileira, para entender o papel do cinema produzido por mulheres em um período de intensa repressão política.

A análise está no artigo “Women and Super-8 cameras: public and private dimensions in Norma Bengell’s footages”, publicado no Dossiê Comparative Cinema, do Center of Aesthetic Research on Audiovisual Media at the Universitat Pompeo Fabra, em Barcelona, e faz parte da pesquisa de Patricia Machado e Thaís Blank sobre cinema, mulheres e ditadura militar, a partir dos acervos da atriz e diretora Norma Bengell e da militante política Inês Etienne.

Norma Bengell estreou no cinema em “O homem do Sputnik” (1959), satirizando a francesa Brigitte Bardot e construiu uma sólida carreira como atriz, produtora e diretora. Em seu currículo também estão clássicos do cinema nacional como “Os cafajestes” (1962) e “O pagador de promessas” (1962).

Inês Etienne Romeu passou 96 dias na Casa da Morte e foi a última presa política a ser libertada no Brasil. Ela foi militante e dirigente das organizações Vanguarda Armada Revolucionária – Palmares (VAR-Palmares) e Organização Revolucionária Marxista Política Operária (Polop).

Para ler o artigo na íntegra, clique aqui.