Em 2024, “Dálmata”, ganhou o prêmio ibero-americano de melhor curta dentro da competição oficial do Festival Internacional de Documentários de Buenos Aires (FIDBA). Realizado a partir do arquivo do ex-presidente militar Ernesto Geisel, que integra o acervo do CPDOC/FGV, o filme busca fazer uma ponte entre história, imagem e memória ao observar registros da filha do general. No ensaio, “Amália Lucy e o Dálmata: diante do arquivo da família Geisel “, publicado na revista Estudos Históricos (da FGV), a Professora Andréa França (PPGCOM/PUC-Rio) analisa o processo de realização do curta-metragem.

O projeto do filme nasceu dentro de uma oficina de audiovisual, integrada ao projeto de pesquisa “Novos Olhares sobre o Arquivo: visualidade, difusão e educação nos arquivos de mulheres do CPDOC”, coordenado por Thais Blank, em 2023. O tema da oficina era “História e política das mulheres”.

“A presença de Amália Lucy fisgou minha atenção porque ela se inscrevia nas imagens como uma ‘leve sombra’”, destaca a professora. Amália Lucy estudou História na Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR), foi professora do Colégio Pedro II e trabalhou com cultura popular na Funarte e no Museu do Folclore.

O acervo que Andréa utilizou para a pesquisa é composto por imagens não-oficiais de cerimônias, viagens e visitas do ex-presidente da ditadura militar, além de registros privados. Há ainda mensagens, ofícios, fotografias e entrevistas em áudio concedidas por Amália ao CPDOC, em 2005, e ao Museu do Folclore, em 2013. Todo esse arquivo familiar foi doado pela própria Amália Lucy para a Fundação Getúlio Vargas. O curta traz também documentos do Arquivo Nacional, como cinejornais e ofícios do Serviço Nacional de Informação (SNI).

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