O professor e pesquisador Marcelo Alves (PPGCOM/PUC-Rio) durante a apresentação do Acervo Digital 8 de Janeiro. Crédito: LabCOM Criação e Produção.

O professor e pesquisador Marcelo Alves (PPGCOM/PUC-Rio) na apresentação do Acervo Digital 8 de Janeiro. Crédito: LabCOM Criação e Produção.

Foi lançado no dia 27 de outubro o Acervo Digital 8 de Janeiro, projeto do Grupo de Pesquisa em Comunicação, Dados e Tecnologia (Condado Lab) da PUC-Rio em parceria com o Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Disputas e Soberanias Informacionais (INCT-DSI), o Instituto Democracia em Xeque (DX) e o Laboratório de Humanidades Digitais da PUC-Rio. O acervo reúne mais de 1 milhão de arquivos relacionados aos ataques aos Três Poderes, em Brasília, compartilhados em plataformas digitais entre outubro de 2022 e fevereiro de 2023. Entre eles estão mais de 440 mil fotos e 100 mil vídeos.

Coordenador do projeto, o professor e pesquisador Marcelo Alves (PPGCOM/PUC-Rio) apresentou o acervo em debate com colaboradores, realizado no auditório do Departamento de Comunicação. Ele destacou a relevância da preservação destes arquivos, boa parte excluída das plataformas, para garantir à sociedade o direito de conhecer o passado. De acordo com ele, as mídias digitais assumiram protagonismo não só na mobilização social, mas na própria construção da memória.

“O on-line é efêmero. Houve uma preparação, organização e repercussão dos ataques aos Três Poderes que foi apagada. O acervo será base para pesquisas, reportagens, documentários. Vamos fomentar uma rede de pesquisa sobre o 8 de Janeiro. A ideia é criar um centro de memória”, explicou o pesquisador, também coordenador de Metodologia e Inovação do DX.

A professora Tatiana Dourado (PPGCOM/PUC-Rio), Frederico Alvim, Leticia Capone e Afonso Albuquerque durante o debate. Crédito: LabCOM Criação e Produção.

A professora e pesquisadora Tatiana Dourado (PPGCOM/PUC-Rio), Fabiano Garrido, Letícia Capone e Afonso Albuquerque no debate. Crédito: LabCOM Criação e Produção.

A professora e pesquisadora Tatiana Dourado (PPGCOM/PUC-Rio), diretora de Formação e Literacia Digital do DX, destacou que os dados reunidos permitem conhecer os fenômenos que levaram aos ataques em Brasília. “Pesquisadores, jornalistas, gerações futuras vão reinterpretar esses fatos e enfrentarão disputas pela memória a partir de diferentes visões de mundo. O desafio é continuar a exercitar os princípios democráticos, os valores da democracia”.

O ex-assessor-chefe da Assessoria Especial da presidência do TSE, Frederico Alvim, destacou: “O Acervo 8 de Janeiro é essencial para enfrentar estratégias de apagamento. É fundamental essa preservação”. O diretor-executivo do DX, Fabiano Garrido, a pesquisadora Letícia Capone (COMP/PUC-Rio), diretora de Pesquisa do DX, e o diretor do INCT-DSI, professor Afonso Albuquerque (UFF), também participaram do debate no lançamento.