As minas do skate na sala K102. Crédito: Enzo Krieger
A palestra “Minas no Skate – (in)visibilidade de trajetórias” trouxe a reflexão sobre o papel das mulheres no esporte. A conversa – que aliou teoria e prática – reuniu a coordenadora do Laboratório de Culturas Midiáticas das Juventudes (LabJuX), professora Cláudia Pereira (PPGCOM/PUC-Rio), a doutoranda Aline Pimenta, as bolsistas de PIBIC Duda Chagas e Giulia Gonçalves, e a skatista Amanda Triani. Por Zoom, a pesquisadora da Universidade Federal do Rio Grande (FURG) Juliana Cotting Teixeira e as skatistas Thaís Gazarra e Maria Skateboard também participaram do bate-papo e aprofundaram a questão de memória e cultura nas pranchas com rodinhas.
Durante a palestra, foram abordadas as ausências de registros sobre a presença de mulheres na história do skate e como o campo da pesquisa busca compreender as vivências femininas na cena. Cada uma das integrantes explicou um pouco da própria trajetória com o intuito de contextualizar e abranger a função social do skate. Também destacaram a relevância do esporte na vida pessoal delas e como abriu novas portas, mesmo que no campo da imaginação.
Para a professora Cláudia Pereira, a representatividade feminina ainda recebe pouco destaque, mas há mudanças no caminho. Segundo Claudia, exemplos como a skatista Rayssa Leal, que é conhecida pelo apelido “Fadinha”, tornam possível a discussão de diversos temas em diferentes espaços, inclusive na mídia.
– Quando se traz esta força feminina, a gente também pode debater outras questões de gênero, inclusive na cultura do skate, na cultura urbana de um modo geral e na sociedade. Se prestarmos atenção na Olimpíada passada, em Paris, todas as vinhetas de skate na TV Globo eram das meninas. A questão do feminino é mais um elemento importante para observarmos, entender em que mundo vivemos – disse.
Uma das idealizadoras do videocast Minas Session, Giulia Gonçalves participou do bate-papo e defendeu o mérito de marcar as mulheres nos livros de história do skate. Com o programa, o objetivo é colocar mais holofotes nas figuras femininas que fazem tricks, as manobras, pelas pistas mundo afora.
– É realmente persistir na questão do skate feminino não ser passageiro, e sim uma questão que vá ficar eternizada. A partir do momento que trazemos para um ambiente acadêmico, conseguimos tratar com mais seriedade. É um tópico que tem uma importância muito grande na sociedade – pontuou.